quarta-feira, 31 de março de 2010
Dollman review
Resenha escrita pelo Felipe M. Guerra para o site Boca do Inferno sobre um dos melhores filmes do Albert Pyun. O texto contém uma chuva de spoilers, mas é muito divertido: aqui.
segunda-feira, 29 de março de 2010
NEMESIS 2.0
A notícia (e o vídeo abaixo) já vem rolando há mais ou menos um mês, mas vale a pena colocar aqui também. O fato é que Albert Pyun tem planos para o futuro de lançar uma versão modernizada de seu cyber clássico Nemesis, que seria chamado de Nemesis 2.0. Seria o mesmo filme, apenas trazendo novos efeitos especiais, elementos em CGI e trilha atualizada de Tony Riparetti.
Particularmente, acho desnecessário esse trabalho todo, porque Nemesis é um filmaço da maneira que foi concebido e acrescentar tecnologia atual retira a essência daquele visual cyber punk que era imaginado no início dos anos 90 (principalmente pelo Pyun). Mas o resultado disso tudo não deixa de ser no mínimo curioso.
Particularmente, acho desnecessário esse trabalho todo, porque Nemesis é um filmaço da maneira que foi concebido e acrescentar tecnologia atual retira a essência daquele visual cyber punk que era imaginado no início dos anos 90 (principalmente pelo Pyun). Mas o resultado disso tudo não deixa de ser no mínimo curioso.
domingo, 28 de março de 2010
Pyun e Riparetti trabalhando no trailer de TALES OF AN ANCIENT EMPIRE
No final de semana, Albert Pyun postou dois vídeos de bastidores em seu blog que revelam a filmagem bruta de uma cena e como ela será vista na versão final do filme.
TALES OF AN ANCIENT EMPIRE – Behind the Scenes #1
TALES OF AN ANCIENT EMPIRE - Behind the Scenes #2
Dignas de menção também são as duas partes do desabafo 'How to Survive the Movie Business', onde Pyun divide as suas opiniões pessoais e frustrações com os fãs e leitores. Na caixa de comentários do segundo post, o diretor fala da sua experiência com um produtor da Dimension (aka Irmãos Weinstein) durante a pós-produção de ADRENALINA, com Christopher Lambert e Natasha Henstridge:
Dimension: Bob wants the setting changed to Boston or somewhere in the United States.
Me: But, it looks like Romania.
Dimension: So throw on a title card that says a US city. No big deal.
Me: But all the signs, police cars and police uniforms are in Romanian.
Dimension: (shrugs shoulder).
Me: What about all the accents and Romanian spoken.
Dimension: You’re the fuckin’ filmmaker. Go solve it.
Me: But its retarded and makes no sense. Its just bad.
Dimension: Its what Bob wants.
Me: You’re kidding, right?
Dimension: Fuck you. Get out.
Saiba mais em: albertpyunmovies.com
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quinta-feira, 25 de março de 2010
REVIEW: VIAGEM RADIOATIVA (Radioactive Dreams, 1985)
Viagem Radioativa é um caso ímpar na história da sétima arte. Albert Pyun realizou um filme que previu o seu destino pelo fato de uma das músicas da trilha se chamar "Guilty Pleasures". A antiga VHS distribuída pela Look Vídeo é definida por Rubens Ewald Filho na sua introdução como "uma simpática aventura de ficção". O que quer dizer que, atualmente, tanto para ele quanto para alguns fãs de produções fuleiras, ela tem seu lugar reservado dentre os seus prazeres culpados do cinema.
Com um roteiro repleto de 'qualidades' escrito pelo próprio diretor, a produção consegue fazer juz ao feliz título brasileiro. Ela tem uma história até original e começa com dois homens (o veterano George Kennedy e Don Murray) levando duas crianças para um abrigo nuclear, devido ao início da devastadora Terceira Guerra Mundial. Detalhe: Isso aconteceu em 1986!! Passado algum tempo e após terem recebido alguma educação, os garotos são abandonados. Enclausurados e sem ter o que fazer, eles se dedicam a leitura de vários romances policiais clássicos e baratos e passam a se considerar verdadeiros experts criminais. 15 anos depois, Phillip (John Stockwell) e Marlowe (Michael Dudikoff) conseguem cortar seus cabelos, arranjar roupas típicas de investigador, encontrar uma saída e ligar um empoeirado carro guardado todo este tempo sem qualquer dificuldade para encontrar o mundo amalucado que os espera.
E bota amalucado nisso. Em pleno 2001, temos cyberpunks motoqueiros, mutantes asquerosos, punks canibais e gente com o rosto deformado de tantos piercings entre os únicos sobreviventes da Terra. Os nossos heróis ainda tem de encarar a mercenária Miles Archer (Lisa Blount, do clássico O Príncipe das Trevas, dirigido por John Carpenter) que acidentalmente deixou com eles a chave para detonar o último míssil nuclear do planeta e dois pirralhos arrumadinhos, armados e dementes que dizem "fuck" ou "fucking" a cada 2 segundos. Portanto, quem for assistir ao filme deve estar preparado para algo realmente atípico. Viagem Radioativa pode ser definido em poucas palavras como uma mistureba braba e insana de "film noir", ficção científica, comédia e musical (!!!) amparada por uma trilha sonora pop pra lá de datada e divertida. É ver para crer.
As presenças de John Stockwell e Michael Dudikoff como os ingênuos protagonistas é outra coisa que deixa a película interessante. Na época, Stockwell já tinha feito Christine - O Carro Assassino (Carpenter outra vez) e seria o vilão de Caçada Perigosa (também conhecido como A Ronda da Morte), produção da inesquecível Cannon Pictures, onde trabalha novamente com Pyun. Ele passa a ser mais conhecido do público quando atua ao lado de Tom Cruise e Val Kilmer em Top Gun. Atualmente, Stockwell se dedica mais escrevendo e dirigindo longas metragens, como o "polêmico" TURISTAS.
Após contracenar com Tom Hanks em A Última Festa de Solteiro, Dudikoff foi o garoto de ouro da Cannon ao estrelar o clássico da Sessão da Tarde (que infelizmente agora só passa filmes de animais e bebês inteligentes) chamado Guerreiro Americano, onde dividiu a tela com Steve James. Depois deste, vieram títulos como A Volta do Guerreiro Americano e O Rio da Morte. A partir dos anos 90, ele entrou com força total no mercado de filmes de ação para lançamento em vídeo, tendo algumas produções dirigidas por Jim Wynorski e Fred Olen Ray na sua filmografia. Com o último, Dudikoff fez um faroeste co-estrelado pelo grande William Smith e Randy Travis intitulado The Shooter. Um de seus últimos trabalhos foi Força da Natureza, dirigido pelo Wynorski, onde contracenou com Treat Williams e Tim Thomerson. Hoje em dia, anda sumido e sem previsões de novos projetos no IMDB.
Podemos notar que Viagem Radioativa também é uma das primeiras colaborações de dois futuros veteranos na filmografia de Albert Pyun. O compositor Tony Riparetti tem aqui a sua primeira colaboração com Pyun, em canções da trilha sonora. O ator alemão Norbert Weisser faz um dos vilões malucos e tem uma inesquecível, porém pequena participação logo no início de O Enigma de Outro Mundo. Resta alguma dúvida que Pyun é fã de John Carpenter?
Quem curte uma boa tralha não pode deixar de conhecer esta esquisita pérola do cinema oitentista. Afinal, em qual outro filme poderemos ver um monstrengo enorme e sem qualquer relação com a trama aparecendo nos lugares mais inimagináveis para assustar os personagens?? Mais anos 80 impossível.
Texto originalmente postado no extinto site Erotikill.
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quarta-feira, 24 de março de 2010
CAÇADA PERIGOSA (Dangerously Close) - Trailer do VHS brasileiro
Produção da Cannon Pictures, Caçada Perigosa foi lançado no Brasil pela nostálgica America Video e dirigido pelo inestimável Albert Pyun em 1986.
REVIEW: A ESPADA E OS BÁRBAROS (The Sword and the Sorcerer, 1982)
A década de 1980 deixou um vasto acervo de filmes do gênero Sword and Sorcerer, estilo que tratava de tempos longínquos e misturava realidade e fantasia em aventuras alucinantes que marcaram época. A maioria encontra-se esquecida atualmente ou não chegou sequer a ser conhecida pelo jovem público de hoje que prefere, obviamente, tocar uma bronha para um Senhor dos Anéis a descobrir filmes como Excalibur, Krull, The Beatmaster ou até mesmo algo mais trash, como Deathstalker. A Espada e os Bárbaros foi a estréia de Albert Pyun como diretor, um belo exemplar que acabou nomeando o gênero com seu título original, The Sword and The Sorcerer.
Mas infelizmente, e até curioso isso, A Espada e os Bárbaros também acabou no ostracismo. Merecia ter-se tornado no mínimo um clássico! Além de ser uma ótima aventura com boas doses de violência, bastante humor, mulheres nuas e efeitos especiais à moda antiga de primeira qualidade, o filme foi um enorme sucesso comercial levando em conta seu orçamento discreto. Para ter uma noção, Conan - O Bárbaro, em toda sua magnitude, lançado no mesmo ano e com capital mais espaçoso que este aqui, arrecadou apenas dois milhões a mais. Nada mal para o estreante diretor havaiano.
Segundo o produtor Brandon Chase, valeu a pena arriscar com Pyun na direção. Haviam cinco anos que os roteiristas Tom Karnowski, John V. Stuckmeyer e o próprio Pyun estavam trabalhando na idealização do projeto. Nada mais justo deixar que o jovem diretor, então com 26 anos, colocasse em prática os “ensinamentos” lhe passado por Takao Saito, diretor de fotografia de vários filmes do mestre Akira Kurosawa. Claro que pelo resultado na tela em muitos de seus filmes parece que seu aprendizado foram-lhes ensinado por um Ed Wood, mas Pyun mandou bem em muitos detalhes de A Espada e os Bárbaros, especialmente no ritmo ágil que garante diversão, assumindo uma postura de aventura B sem grandes pretensões.
A trama é basicamente um conto de vingança. Temos o rei Cromwell (Richard Lynch) tentando conquistar um reino cujo exército é invencível, mas com a ajuda de Xusia, um feiticeiro monstruoso e muito poderoso, consegue vencer a batalha e fazer daquele local o seu reino maligno. A história continua anos mais tarde, quando Talon (Lee Horsley), o filho do Rei assassinado que conseguiu escapar naquela altura, se torna um guerreiro mercenário e lidera um grupo de saqueadores que realiza jornadas de cidade em cidade. Quando retorna ao antigo reino em que vivia, Talon resolve se vingar daquele que matou seus pais, libertar o povo da tirania e ainda conquistar o coração de uma princesa.
Richard Lynch deve ter aqui um de seus melhores desempenhos. É desses atores que parece estar sempre dando tudo de si mesmo quando envolvido na maior das porcarias de baixo orçamento e que só aceitou fazer para pagar as contas atrasadas, o que acaba valendo a pena pela sua presença marcante nas fitas que participa. Já Lee Horsley, que dá vida ao herói, possui trejeitos que me lembram muito Errol Flynn: demasiado canastrão que sabe se impor em cena, especialmente quando está em movimento em sequências de aventura. Inclusive a semelhança física entre os dois reforça esse devaneio meu...
Alguns dos pontos de maior relevância, entretanto, são os cenários, efeitos especiais e maquiagem. Logo no início, na caverna onde Cromwell ressuscita, há uma parede de rostos que adorna a tumba do feiticeiro cuja concepção visual é muito interessante. O próprio Xusia é um ser repugnante com um aspecto monstruoso bem legal. Brilhante também a trilha sonora de David Whitaker e a fotografia de Joseph Mangine que realçam muito bem a atmosfera das locações e ambientações.
Albert Pyun iniciou a carreira com o pé direito, não há dúvidas. Teve liberdade total para ousar, possuía muita gente boa trabalhando na produção e parte técnica, um excelente ator como Richard Lynch no elenco e não desperdiçou a oportunidade de realizar um belíssimo filme de aventura do estilo "Sword and Sorcerer". Uma pena que vários de seus trabalhos seguintes não tiveram a mesma qualidade. Mas há quem goste, como os loucos aqui. Atualmente estamos aguardando ansiosamente por cada filme. Existem pelo menos quatro previstos para serem lançados este ano, incluindo Tales of Ancient Empire, sequência de A Espada e os Bárbaros, que estava nos planos dos produtores desde aquela época.
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terça-feira, 23 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
Apresentação
Todo moleque deveria assistir Cyborg quando adolescente. A visão de Fender (Vincent Klyn) e seus bons amigos caminhando em 'slow motion' em direção à sua primeira vítima do filme (e o espectador também) é algo que ficará eternizado na cabeça dele. Não apenas isso, mas o filme inteiro marcou profundamente os dois loucos que dão agora os seus primeiros passos inaugurando esse blog, o Radioactive Dreams, que será dedicado aos filmes e a pessoa de uma das figuras mais controversas e divertidas do cinema atual: Albert Pyun.
atenciosamente
Osvaldo Neto
Ronald Perrone
Com mais de 45 filmes em sua carreira, Pyun é um dos poucos nomes do cinema de gênero independente e de baixo orçamento atual que pode ser considerado um autor. Goste ou não, ele tem um estilo próprio, adora brincar com tecnologia - foi um dos primeiros a aderir o digital em suas produções - e sempre está aberto ao experimentalismo. Essa abertura está sempre evidente em alguns de seus melhores (Jogo de Assassinos) e piores (Ameaça Urbana) filmes. Ao contrário dos cineastas intelectualóides de boteco, Pyun experimenta nesses gêneros que tanto temos apreço, principalmente ação e ficção científica... isso quando não junta os dois no mesmo filme.
Pyun entrou em contato conosco pela primeira vez em agosto de 2009, após uma resenha sobre Radioactive Dreams, seu segundo trabalho, publicada no Dementia 13. Por ser muito acessível e atencioso conosco, grudamos em seu pé e não largamos mais, mantendo semanalmente trocas de e-mails, conversas sobre seus trabalhos e novidades em suas atuais realizações.
Portanto, com notícias em primeira mão recebidas pelo próprio diretor, uma vasta filmografia a ser explorada, vídeos, imagens, etc, acredito que Radioactive Dreams, o blog, possa ser uma viagem ao universo de Albert Pyun tão divertida e bizarra quanto os seus melhores filmes. Junte-se a nós, se tiver coragem.atenciosamente
Osvaldo Neto
Ronald Perrone
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