domingo, 27 de janeiro de 2013

REVIEW: MAX HAVOC: CURSE OF THE DRAGON (2004)


Há uns dois anos atrás, estava eu acabando de dissecar a filmografia do diretor Isaac Florentine, quando me deparei com MAX HAVOC, que na verdade foi dirigido, obviamente, pelo nosso estimado diretor Albert Pyun.  Mas eu explico porque o Florentine entra na dança. Sempre foi algo habitual um projeto do Pyun dar errado, se transformar numa bobagem horrível, produtores se arrependendo totalmente por terem colocado dinheiro nas mãos dele, etc... Com MAX HAVOC é a coisa não foi diferente.


Geralmente costumo defender os filmes do Pyun, por pior que sejam (quando eu realmente gosto, claro), mas no caso deste aqui, é complicado. É uma bela merda mesmo. E onde entra o Florentine nessa história? Bem, depois de notarem a qualidade do resultado filmado por Pyun, os produtores tiveram a idéia de chamar o diretor de COLD HARVEST para tentar salvar alguma coisa. Acabou fazendo apenas aquilo que sabe de melhor: cenas de porrada! Cerca de 10 minutos do filme, apenas sequências de luta, foram realizadas pelo Florentine. Digamos que isso não salvou absolutamente nada em MAX HAVOC, mas pelo menos temos umas ceninhas de luta legais e bem dirigidas.

Pyun ainda teve sérios problemas que envolviam o orçamento do filme e as autoridades da ilha utilizada para produção, Guam. Mas essa história é mais complexa…

Então, temos aqui uma obra ambientada num universo paradisíaco, com uma tremenda ajuda financeira do próprio governo local e não são poucas as cenas em que se gastam longos minutos para explorar a beleza natural do lugar. E isso sem qualquer relação com a narrativa… só pra mostrar mesmo o quanto Guam é bonita e atrair turista. Sim, MAX HAVOC é um filme propaganda!


Se bem que o personagem título é um fotógrafo e quando ocorrem essas imagens de propaganda turística ele está sempre a "trabalho", o que justifica as cenas claramente “encomendadas”. Max Havoc é um ex-lutador de kickboxer que tenta levar uma vida pacata tirando suas fotos, mas acaba atraído pelo mundo do crime quando uma pequena estátua de dragão oriental é roubada. A estátua passa por algumas mãos até chegar a uma negociante de artes. Ao mesmo tempo, o dono da peça, um chefão do submundo do crime vivido por ninguém menos que David Carradine, envia seus capangas para recuperá-la. Max se vê no meio da situação quando tenta proteger a moça e vingar a morte de seu ex-treinador, o eterno Shaft, Richard Roundtree, morto por causa da estátua…

O filme não chega a ser ofensivo de tão ruim, mas está muito longe de ser bom. Pra mim, não serviu nem como diversão descompromissada. Na verdade, me peguei cochilando diversas vezes. Mas um dos pontos legais são os rostos familiares, como Caradine, Roundtree e até Carmen Electra, desfilando pelo filme. Mickey Hardt, que vive o protagonista, até que não é mau como ator de ação. Já disse que as lutas são legais, mas nada de impressionante também… Com mais ação e pancadaria, talvez MAX HAVOC fosse um pouquinho mais estimulante.

MAX HAVOC teve ainda uma continuação, MAX HAVOC: RING OF FIRE, com Hardt repetindo o papel título, sem a participação do Florentine, muito menos do Pyun.