segunda-feira, 2 de agosto de 2010

domingo, 1 de agosto de 2010

REVIEW: DOLLMAN (1991)


Embora seja mais uma dentre tantas produções dirigidas pelo Albert Pyun que sofre as duras penas por conta do baixíssimo orçamento, DOLLMAN teve a incrível façanha de ser um de seus poucos filmes que conseguiu reunir perfeitamente as ideias mirabolantes da cabeça do diretor com um bom resultado visto na tela. Ainda bem, porque isso é crucial neste aqui. Se esses detalhes não funcionassem, seria quase impossível engolir a história do policial alienígena que possui o tamanho de um boneco de ação no nosso planeta.

Tim Thomerson, trabalhando pela primeira vez com Pyun, encarna Brick Bardo, o tal personagem minúsculo. O sujeito é o típico policial casca-grossa que estamos acostumados a ver em filmes dos anos 80 e 90, que age por conta de suas próprias regras, com a pequena diferença de que é um extraterrestre. Ao perseguir alguns meliantes de seu planeta, Bardo acaba parando na Terra, onde ele não passa de um tiquinho de gente com 30 cm de altura! Mas isso não impede que seu lado durão se abale e com sua arma ultra potente – que explodia corpos inteiros no seu planeta, em pessoas com estatura normal para ele – faz um belo estrago na bandidagem da Terra.


E um dos seus principais inimigos de Bardo por aqui é vivido por ninguém menos que Jackie Earle Haley em início de carreira, já demonstrando certo talento. Vincent Klyn, o eterno Fender de CYBORG, também marca presença como um dos vilões, como não poderia ser diferente. Todo o elenco é bem competente, mas é impossível tirar os olhos do protagonista. Tim Thomerson carrega o filme nas costas, apesar do tamanho, com uma atuação excepcional!

DOLLMAN foi a primeira parceria do diretor Albert Pyun com a Full Moon, de Charles Band, produtora que sempre trabalhou com pouco recurso, mas com muita criatividade e excelentes resultados. Aqui não é diferente. Embora Pyun reclame que Band seja um produtor muito controlador, o diretor demonstra bastante eficiência em tentar tornar crível a situação do protagonista, seja com os enquadramentos, os ângulos que transformam Thomerson num bonequinho, posicionamento de câmeras e até mesmo no uso efeitos especiais e trucagens.


Além disso, Pyun tem sempre grandes sacadas para manter o ritmo frenético em DOLLMAN com bons momentos de ação e um humor sarcástico. Várias cenas são impagáveis, sequências realmente difíceis de acreditar e que só poderiam ter saído da cachola do diretor, como o pequenino herói pendurado num carro dos bandidos, por exemplo, ou as trocações de tiros com os meliantes, e até o confronto com um rato ao entrar pelo cano, literalmente...

DOLLMAN é daquelas obras feitas sob medida para os fãs assíduos de uma boa tralha de baixo orçamento, que obviamente o espectador normal deverá achar uma perda de tempo. Azar o deles. Trata-se de um dos melhores e mais divertidos filmes do diretor.