É notório entre os fãs de Albert Pyun as dificuldades que o sujeito sempre enfrentou em cada uma de suas realizações, seja com produtores imbecis, orçamentos apertados, prazos curtíssimos, etc, e que acabaram refletindo no resultado visto na tela, distorcendo a visão e o verdadeiro talento do diretor! Mas se existe um filme que, aparentemente, saiu exatamente do jeito que Pyun queria, este se chama BRAIN SMASHER… A LOVE STORY!
O roteiro escrito pelo próprio Pyun é bem ágil, sempre trazendo uma situação nova durante a jornada noturna dos protagonistas - a cena na casa dos pais de Clay é engraçadíssima -, possui diálogos ótimos, com um senso de humor esperto - a piada que eles fazem com os chineses chamando-os de japoneses e ninjas é demais! - e Hatcher e Clay possuem muito carisma! O resto do elenco também rouba boa parte do show, especialmente os fiéis colaboradores do diretor, Tim Thomerson e Brion James, que aparecem rapidamente como uma hilária dupla de detetives.
Teri Hatcher está deliciosamente linda! É musa da adolescência, quando ainda estrelava aquele seriado terrível com o Homem de Aço, LOIS & CLARK! Interpretando uma modelo, então, ela conseguiu aparentar mais gostosura! Sua personagem é a mais complexa da trama. A moça que vive no glamour, sob os holofotes dos fotógrafos, rodeado de gente rica, e de repente se vê numa situação de insegurança, sem dinheiro e fugindo de "ninjas" com más intenções. É bacana o que Pyun faz com a personagem, quando ela está nas ruas tentando se esconder enquanto suas fotos estampam anúncios nas vitrines das lojas, nos outdoors, dando uma sacada visual muito interessante ao filme, justapondo o mundo abastado da modelo com a situação desesperadora atual que ela passa! Além disso, BRAIN SMASHER tem muito estilo no visual, é dark, com luzes azuis, bem anos 80 e a trilha de Tony Riparetti ajuda no climão.
Em conversas por email, Pyun já declarou seu amor por BRAIN SMASHER. É um de seus favoritos dentre os que realizou e pela movimentação da câmera e os enquadramentos inspirados isso fica evidente. Um filme B de mestre que precisa ser descoberto, e com ele, o talento deste diretor tão subestimado.
Um comentário:
We're back and getting better! ;)
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