segunda-feira, 22 de agosto de 2011

REVIEW: BRAIN SMASHER... A LOVE STORY (1993)


É notório entre os fãs de Albert Pyun as dificuldades que o sujeito sempre enfrentou em cada uma de suas realizações, seja com produtores imbecis, orçamentos apertados, prazos curtíssimos, etc, e que acabaram refletindo no resultado visto na tela, distorcendo a visão e o verdadeiro talento do diretor! Mas se existe um filme que, aparentemente, saiu exatamente do jeito que Pyun queria, este se chama BRAIN SMASHER… A LOVE STORY!

Imaginem um DEPOIS DE HORAS, do Martin Scorsese, mas com… Ninjas e muita porrada! O fortão Andrew Dice Clay vive um leão de chácara de uma boate, conhecido como brain smasher, ou esmagador de cérebros, por causa do seu potente soco desferido nos apressadinhos furadores de fila. O destino acaba lhe colocando no papel de anjo da guarda de uma modelo gatíssima, Teri Hatcher, que está fugindo de uma perigosa organização de mascarados chineses, praticantes de um kung fu mortal, liderados Yuji Okumoto. Eles querem uma flor de lótus vermelha que acreditam ser capaz de lhes dar o poder supremo. A flor se encontra atualmente com a irmã de Hatcher. O casal agora, seres de dois mundos completamente diferentes, vive uma noite de aventuras, tentando salvar a própria pele e, talvez, até se apaixonar durante o percurso.



O roteiro escrito pelo próprio Pyun é bem ágil, sempre trazendo uma situação nova durante a jornada noturna dos protagonistas - a cena na casa dos pais de Clay é engraçadíssima -, possui diálogos ótimos, com um senso de humor esperto - a piada que eles fazem com os chineses chamando-os de japoneses e ninjas é demais! - e Hatcher e Clay possuem muito carisma! O resto do elenco também rouba boa parte do show, especialmente os fiéis colaboradores do diretor, Tim Thomerson e Brion James, que aparecem rapidamente como uma hilária dupla de detetives.


Teri Hatcher está deliciosamente linda! É musa da adolescência, quando ainda estrelava aquele seriado terrível com o Homem de Aço, LOIS & CLARK! Interpretando uma modelo, então, ela conseguiu aparentar mais gostosura! Sua personagem é a mais complexa da trama. A moça que vive no glamour, sob os holofotes dos fotógrafos, rodeado de gente rica, e de repente se vê numa situação de insegurança, sem dinheiro e fugindo de "ninjas" com más intenções. É bacana o que Pyun faz com a personagem, quando ela está nas ruas tentando se esconder enquanto suas fotos estampam anúncios nas vitrines das lojas, nos outdoors, dando uma sacada visual muito interessante ao filme, justapondo o mundo abastado da modelo com a situação desesperadora atual que ela passa! Além disso, BRAIN SMASHER tem muito estilo no visual, é dark, com luzes azuis, bem anos 80 e a trilha de Tony Riparetti ajuda no climão.


Em conversas por email, Pyun já declarou seu amor por BRAIN SMASHER. É um de seus favoritos dentre os que realizou e pela movimentação da câmera e os enquadramentos inspirados isso fica evidente. Um filme B de mestre que precisa ser descoberto, e com ele, o talento deste diretor tão subestimado.

Um comentário:

osvaldo neto disse...

We're back and getting better! ;)